quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Soldados de Israel humilham mulher mulçumana em um video postado no Youtube


Clip de uma dança de um soldado de Israel em torno de uma prisioneira, ilustra a "mentalidade doente dos ocupantes israelenses".

Última modificação: 06 de outubro de 2010 20:09 GMT

Em um vídeo simulado de dança do ventre, um soldado israelense dança em torno de uma prisioneira amarrada e vendada o video foi recebido com revolta entre os palestinos e em todo o Oriente Médio.

O vídeo provocou uma resposta irritada dos palestinos na terça-feira.

O clipe, que veio à tona depois que ele foi exibido no canal privado israelense Canal 10 de televisão na noite de segunda-feira, mostra um soldado girando na batida rítmica de uma música árabe, com uma mulher, que está usando um lenço na cabeça,  presa contra uma parede, as mãos atadas em frente dela e os olhos vendados com um pano branco.

O soldado, que está usando óculos escuros e com um sorriso largo, repetidamente, toca a mulher que tem um balão de fala escrito em hebraico em que se le: "Allahu Akbar" - árabe para "Deus é grande".

Grosseiramente intitulada "soldado israelense captura terrorista árabe (ele dança com ela) engraçado", o clipe dura pouco mais de um minuto.

O vídeo foi imediatamente condenado pela Autoridade Palestina (AP) como "profundamente ofensivos à dignidade das mulheres".

"Esta é uma ilustração repugnante da mentalidade doente do ocupante, invasor. Este não é um incidente isolado", disse um comunicado do gabinete de Salam Fayyad, o primeiro-ministro palestino, disse.


Resposta israelense

Na sua resposta, o exército israelense condenou o clipe e disse que a polícia militar abriu uma investigação sobre o que descreveu como um incidente "isolado".

"As IDF (Forças de Defesa de Israel) denuncia ações como as descritas nos vídeos", disse referindo-se a um número indeterminado de clipes de vídeo.

"Os vídeos são casos isolados que não representam o IDF como um todo."

Na declaração a IDF disse que a partir de agora, um inquérito policial militar seria "prática comum nos casos em que é alegado comportamento similar".

A exposição do vídeo veio apenas sete semanas depois que uma soldado israelense provocou indignação generalizada, por postar fotos de si mesma, sorrindo e fazendo brincadeiras em volta e ao lado de prisioneiros palestinos que estavam algemados e com olhos vendados.

O Exército denunciou as imagens como "vergonhosas", enquanto o PA descreveu-as como humilhante, mas o ex-soldado, Eden Abergil, afirmou que ela não conseguia entender por que as imagens tinham causado tal ofensa.

Tratados como objetos e não como humanos

Grupos de direitos humanos disseram na época que as fotografias eram provas evidentes de uma cultura dentro das forças armadas em que os palestinos eram tratados como objetos, em vez de seres humanos - um sentimento que foi ecoado pelo escritório de Fayyad, na terça-feira.

"Com o advento e com a facilidade de usar meios de comunicação como o YouTube, a verdade está vindo à luz de uma cultura de humilhação dos palestinos", disse.

"Os soldados são alimentados por uma política mais ampla de Israel que se comporta (como se fosse) acima da lei e aos direitos humanos."

O blogueiro israelense Dimi Reider, que expos pela primeira vez as fotografias de Eden Abergil em agosto, disse que o vídeo voou em face das alegações de Israel de ter um dos exércitos mais morais do mundo.

"Este vídeo finalmente desmascara um dos mitos mais persistentes dos israelenses - que o nosso exército é o único que não abusa sexualmente das mulheres da nação ocupada", escreveu ele em seu blog, Notas de Dimi.

Em segundo lugar, o video e um absurdo tão grande, que se Israel considerasse isso como crime os soldados ja estariam na prisão antes do video ser um "hit" na internet.

Fonte: Agências

Al Jazeera 2010. All rights reserved. Trad. por cypher.

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